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Um velho conhecido do petismo reassumirá o fundo de pensão da Petrobras

Economista que comandou o Petros em 2015 e 2016 voltará ao cargo; suspeitas de irregularidades no período foram apuradas na Lava-Jato

Por Lucas Vettorazzo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 mar 2023, 18h18 - Publicado em 30 mar 2023, 17h59

O economista Henrique Jäger será o próximo presidente da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. O seu nome ainda não foi oficializado, mas ao menos duas fontes confirmaram a informação ao Radar.

Jäger é um velho conhecido do petismo. Ele voltará para o cargo que já ocupou entre 2015 e 2016, época em que suspeitas de irregularidades na gestão de fundos de pensão estatais entraram na mira da Lava-Jato.

O doleiro Henrique Barbosa, preso em 2018 na operação Rizoma, que investigou fraudes no Postalis e no Serpros, disse em delação premiada que participou, em 2015, de operações de investimentos da Petros no fundo FIP Bioenergia e em dois fundos do Banco Brasil Plural.

A delação não cita o nome de Jäger, mas relata negócios realizados na época em que ele esteve à frente do fundo. O economista nunca foi denunciado ou investigado formalmente por nenhuma suspeita. Barbosa, no entanto, diz em um dos trechos ter enviado 1 milhão de reais à secretária de João Vaccari Neto que os agentes da Lava-Jato suspeitam que seria distribuído como propina a dirigentes de fundos de pensão.

Documento da CPI dos Fundos de Pensão na Câmara, ocorrida entre 2015 e 2016, indicou, por exemplo, que o aporte da Petros e de outros fundos estatais no FIP Bioenergia “mostrava-se um investimento de alto risco, baseado em premissas muito otimistas, em um setor que enfrentava enormes dificuldades, o sucro-alcooleiro”.

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No início de 2016, à mesma CPI, Jäger negou interferência política nas decisões de investimento do fundo. Ele disse na ocasião que era petista, mas que nunca recebeu ninguém do partido com pedidos escusos. Ele admitiu, contudo, que o déficit da Petros havia dobrado naquele ano, de 8,1 bilhões de reais para 16 bilhões de reais. A justificativa foi que houve, entre outros fatores, a queda do valor das ações da carteira de investimento do fundo.

Em 2015, Jäger assumiu a Petros por indicação do então ministro da Previdência Carlos Gabas. Segundo uma fonte contou ao Radar, a sua volta ocorre agora por indicação da nova gestão da Petrobras.

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