STF decreta sigilo em inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro
Processo sobre apuração de esquema de corrupção no MEC é relatado pela ministra Cármen Lúcia
O STF decretou sigilo sobre o inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na investigação contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso na semana passada.
O inquérito 4896 é relatado pela ministra Cármen Lúcia desde março, quando o caso da suposto esquema de corrupção na distribuição de recursos do MEC chegou ao Supremo.
Após a demissão de Ribeiro, o processo foi remetido por Cármen, em maio, à Justiça Federal do Distrito Federal, que decretou a prisão do ex-ministro, de dois pastores evangélicos e de ex-assessores do ministério e da Prefeitura de Goiânia.
O juiz que determinou as prisões devolveu o inquérito ao Supremo na semana passada acolhendo manifestação do Ministério Público Federal que apontou possível interferência de Bolsonaro na investigação.
Em um telefonema interceptado pela PF no último dia 9, Milton Ribeiro relatou à filha que tinha recebido uma ligação do “presidente”, referência a Bolsonaro — que não foi nominalmente citado na conversa. Segundo o ex-ministro da Educação, “ele” achava que iriam “querer fazer uma busca e apreensão” na sua casa.