Sob processo de cassação, Mamãe Falei renuncia ao mandato na Alesp
Deputado estadual Arthur do Val alega ter sofrido 'perseguição política'; caso aprovado procedimento, ele ficará inelegível por oito anos
O deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (União Brasil) anunciou nesta quarta que vai renunciar ao mandato na Assembleia Legislativa do estado.
Atualmente, o parlamentar enfrenta processo na Casa por quebra de decoro, devido à divulgação de áudios de teor sexista sobre mulheres ucranianas. O procedimento, que poderá levar à sua cassação, foi aprovado na última semana pelo Conselho de Ética, e ainda deverá passar pelo Plenário.
Do Val afirma que não teve direito à “ampla defesa”, além de ter sofrido “perseguição política” dos demais deputados — os quais o querem “tirar das próximas eleições”.
Nos bastidores, é ventilada a possibilidade de o deputado, ao abrir mão do cargo na Alesp, tentar concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Acontece que, caso seja concluído o processo de cassação, o parlamentar perde os direitos políticos e fica inelegível por oito anos.
Embora ainda não tenha havido uma manifestação oficial da Assembleia sobre os trâmites do procedimento disciplinar após a abdicação do mandato, parlamentares ouvidos pelo Radar afirmam que, como a renúncia não aconteceu antes do início do processo, este deverá ser concluído. A estimativa de deputados é de que cerca de 90% da Casa vote a favor da cassação.
Veja a íntegra do comunicado divulgado por Arthur do Val:
“Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições.
Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito à defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política.
Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos.”