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Sob pressão, Witzel demite chefe da Casa Civil

Lucas Tristão, secretário de Desenvolvimento Econômico e amigo de Mário Peixoto, preso na operação Favorito, segue no cargo

Por Mariana Muniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Cássio Bruno Atualizado em 28 Maio 2020, 23h47 - Publicado em 28 Maio 2020, 21h55

O secretário da Casa Civil do governo do Rio, André Moura, foi exonerado nesta quinta-feira – conforme traz edição extra do Diário Oficial do estado. Vai para o cargo Raul Teixeira, procurador de carreira do estado.

Como o Radar vinha antecipando, a situação de Moura no governo de Wilson Witzel não era das melhores.

Ex-braço-direito de Eduardo Cunha, o sergipano foi trazido para o Palácio Guanabara com as bênçãos do Pastor Everaldo, presidente do PSC – partido a que Witzel e Moura pertencem.

O governador, que andava insatisfeito com a articulação política promovida pelo agora ex-secretário, viu sua lista de problemas aumentarem significativamente esta semana. Pairam contra ele cinco pedidos de impeachment na Assembleia Legislativa.

A gota d’água para o fim do relacionamento foi o silêncio do homem forte do governo diante das operações que atingiram em cheio Witzel e sua mulher, Helena, nesta semana.

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Interlocutores dizem que a escolha de Teixeira, considerado um nome técnico, é uma tentativa de resgatar a credibilidade do governo.

A reportagem apurou que Witzel quer afastar personagens que podem se envolver em possíveis escândalos de corrupção. André Moura aparece na proposta de delação premiada do empresário Arthur Soares, o Rei Arthur, conforme revelou VEJA. Moura é acusado por ele de cobrar propina de até 30% de prestadores de serviços que têm contratos com o governo e que ainda estão na fila para receber pelos serviços prestados.

Os próximos na lista de demissão são Leonardo Rodrigues, secretário de Ciências e Tecnologia, e Felipe Bornier, secretário de Saúde. Rodrigues aparece nas investigações da Operação Mercadores do Caos por irregularidades na Faetec, envolvida em acordos obscuros com o empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito, ação que mirou na corrupção na área da saúde. O pai de Felipe, Nelson Bornier, ex-prefeito de Nova Iguaçu, e também mencionado nas investigações da Favorito, aparece nas escuras telefônicas nas investigações conversando com o empresário Luiz Roberto Martins Soares, um dos principais alvos da operação.

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Por enquanto, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, o advogado Lucas Tristão, segue no cargo. Tristão é amigo de Mário Peixoto.

A Operação Favorito jogou luz em um escândalo de corrupção envolvendo agentes públicos do estado iniciado na gestão do ex-governador Sérgio Cabral e mantida na atual administração. De uma só vez, a força-tarefa braço da Lava Jato revelou supostas relações escusas, com pagamento de propina em troca de contratos sem licitação. As acusações atingem em cheio as pastas de dois secretários: Edmar Santos (Saúde) e Leonardo Rodrigues (Ciência, Tecnologia e Inovação).

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