Senadores pedem que TCU recolha novo pacote de joias de Bolsonaro
Jorge Kajuru e Humberto Costa acionaram o Tribunal de Contas após divulgação de mais presentes sauditas recebidos pelo ex-presidente
Os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Humberto Costa (PT-PE) solicitaram, ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público junto ao TCU, que Jair Bolsonaro entregue outras joias enviadas pelo governo da Arábia Saudita. A defesa do ex-presidente já devolveu dois pacotes com valiosos presentes sauditas após determinação do Tribunal.
Kajuru pediu “a inclusão dos objetos que integram o terceiro conjunto de presentes ao objeto da presente ação e recolhimento destes à Caixa Econômica Federal”. Já Costa, quer, além da devolução das joias, aplicação de multa “pela omissão de informações ao Tribunal de Contas da União”.
O petista pediu ainda a apuração sobre mais de 150 viagens feitas pelo “ex-presidente Jair Bolsonaro e/ou sua comitiva e enviados” expostas no Portal da Transparência.
“Solicita-se que esse Digno Ministério Público avalie apurar as reais razões de tão constantes deslocamentos oficiais, e se, ao final de cada uma dessas visitas, a comitiva ou o ex-presidente receberam objetos valiosos, e se assim for, a que título foram recebidos”, disse em ofício enviado ao MP junto ao TCU.
O Estado de S.Paulo revelou nesta segunda-feira que havia um terceiro pacote, recebido por Bolsonaro em 2019 que, ao fim do mandato, ficou com o ex-presidente. A caixa de madeira, gravada com o símbolo do brasão de armas da Arábia Saúdita, continha um relógio Rolex, uma caneta da marca Chopard, um par de abotoaduras, um anel e um item religioso, tudo devidamente ornamentado com pedras preciosas. Os mimos foram avaliados em mais de 500 mil reais.
Semanas antes, o Estadão já havia mostrado que uma comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou passar, escondido da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, dois pacotes com presentes do governo da Arábia Saudita. Uma das caixas foi apreendida com joias avaliadas em 16,5 milhões de reais, a outra chegou às mãos dos Bolsonaros.