Senadoras saem em defesa de Marina Silva e repudiam ‘violência de gênero’
'É inadmissível que um parlamentar diga a uma mulher que ela deve se colocar no seu lugar', diz a bancada feminina

A Bancada Feminina do Senado divulgou nota, há pouco, para manifestar solidariedade à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e “repudiar aos ataques misóginos e sexistas a ela dirigidos durante audiência pública da Comissão de Infraestrutura”.
A ministra foi interrompida de forma desrespeitosa diversas vezes, teve o microfone cortado e foi impedida de exercer seu direito de resposta a afirmações feitas a seu respeito, diz a nota.
“Houve uma clara violação do Regimento Interno do Senado Federal, que assegura o direito à tréplica. Ficou evidente que, naquela sessão, a última palavra precisava ser a de um homem”, segue a bancada.
“É inadmissível que um parlamentar diga a uma mulher que ela deve ‘se colocar no seu lugar’. Essa frase, carregada de machismo estrutural, é mais do que um ataque pessoal, é uma tentativa explícita de silenciamento de mulheres que ocupam espaços de poder. Mas nós sabemos, e reafirmamos: lugar de mulher é onde ela quiser”, diz o texto.
A senadoras também afirmam “ser simbólico e profundamente preocupante, que esse tipo de violência ocorra justamente na semana em que o Congresso discute uma reforma eleitoral que traz à tona a violência política de gênero e a urgente necessidade de ampliar a participação feminina na política”.
“O episódio envolvendo a ministra Marina Silva não é isolado. É mais uma expressão da violência de gênero que tantas mulheres enfrentam nos espaços de poder. A Bancada Feminina reafirma seu compromisso com o fortalecimento da democracia, a defesa das mulheres e a construção de uma política baseada no respeito, na igualdade e na justiça”, registra o comunicado da bancada.