Ivo Cassol (PP-RO) trabalha num ambiente familiar, na acepção da palavra. Ele emprega em seu gabinete dois primos e a mulher de um deles.
Junto, o trio consome R$ 58,2 mil reais da folha paga com a verba indenizatória do senador – dinheiro público, naturalmente.
O assessor parlamentar Aloisio Bergamin tem vencimento de R$ 20,9 mil mensais, assim como Luana Gasperrini. Ela é casada com o irmão de Aloisio, Sandro Bergamin, que ocupa uma vaga de secretário parlamentar e recebe R$ 16,4 mil.
Segundo o próprio Sandro, ele e Aloisio são primos de Cassol. O pai deles é irmão da mãe do senador.
O servidor-parente, de fato, não tem por que esconder os laços com o chefe. Por mais estarrecedor que seja, não há nada de ilegal nisso.
O Senado está amparado num entendimento do Supremo de que o nepotismo se caracteriza apenas quando o agente público é parente de até terceiro grau do empregado (exemplo: pai e filho, irmão ou sobrinho), e a relação entre primos é classificada como de quarto grau.
E, principalmente em se tratando de Cassol, não há razão para perder o sono. Ele tem problemas maiores, como tentar convencer o STF de que não deve ser preso pelas fraudes em licitação que cometeu em 2013, quando era prefeito.