Se depender do Cidadania no Rio, federação com o PSDB não prospera
Dirigente disse reservadamente que partido no estado virou 'legenda subbolsonarista' por culpa de João Doria
A depender da vontade do diretório estadual do Cidadania no Rio de Janeiro, a possível federação com o PSDB não irá prosperar.
O partido aprovou na terça passada a composição de uma federação nas eleições que vêm, mas não definiu ainda quem será seu parceiro nos próximos quatro anos.
O diretório nacional aprovou a medida por 66 votos a favor e 44 contra. Dos votos contra a federação, 11 foram de representantes do Rio.
Um cacique do Cidadania disse reservadamente ao Radar que o motivo foi que, na visão de seus correligionários, o PSDB do Rio virou uma “legenda subbolsonarista”. E tudo por culpa do governador de São Paulo João Doria, que pediu votos para Jair Bolsonaro em 2018 mas hoje é um de seus principais adversários políticos.
Quando Doria assumiu o governo de São Paulo e passou a reinar absoluto no partido, um de seus movimentos foi trocar a direção do Rio e colocar Paulo Marinho, um ex-aliado de Bolsonaro.
Isso provocou um racha no partido. Lideranças históricas, como o deputado Luiz Paulo Correa da Rocha, que se filiou em 1993, se viram obrigadas a deixar o PSDB.
Depois do racha de Doria com Bolsonaro, Marinho não se sustentou na presidência do diretório e o partido foi parar nas mãos do deputado federal Otávio Leite, que apoia o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), correligionário do presidente.
Outro que dá as cartas no ninho tucano é Max Lemos, secretário estadual de Obras e que comanda as principais intervenções que Castro pretende fazer no Estado na sua tentativa de reeleição.
O dirigente do Cidadania no Rio disse ao Radar que o partido não tem condição de cerrar fileiras com os tucanos fluminenses e que irá apoiar o projeto de Eduardo Paes e Carlos Lupi, que combinaram que o PSD e o PDT estarão juntos em uma chapa ao governo do Rio neste ano.