Quem é o único aliado que esteve com Bolsonaro na alegria e na tristeza
Hélio Lopes estava ao lado do presidente no discurso da vitória, em 2018, e marcou presença nesta terça no pronunciamento da derrota
Na noite de 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro fez o discurso da vitória na eleição presidencial de dentro da sua casa, no Rio de Janeiro. Ainda se recuperando da facada que levou no mês anterior, ele estava acompanhado da mulher, Michelle, e de aliados que se amontaram em um espaço apertado para aparecer naquelas cenas históricas junto ao presidente eleito.
Pouco mais de quatro anos depois, ele demorou quase 45 horas para fazer um pronunciamento após ser derrotado por Lula, no domingo. Na tarde desta terça-feira, ele se posicionou diante do púlpito no hall de entrada do Palácio da Alvorada e leu uma breve manifestação sobre o resultado das eleições em meio a 30 ministros e aliados.
Além de Bolsonaro, só uma pessoa estava nos dois momentos, na alegria e na tristeza: o deputado federal Hélio Lopes, também conhecido como Hélio Negão.
Amigo do presidente há mais de 20 anos, ele foi eleito para a Câmara dos Deputados com a maior votação do Rio de Janeiro em 2018, com o nome de urna Hélio Bolsonaro, e reeleito neste ano, com 212.248 votos a menos. Os dois se conheceram no meio militar. Lopes é subtenente do Exército, hoje na reserva. Bolsonaro é capitão reformado. O presidente costumava se referir ao amigo e aliado como uma prova de que não é racista.
Quatro anos atrás, Michelle estava ao lado de Bolsonaro. Nesta terça, ela não acompanhou o marido. Aliados como Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Luiz Carlos Heinze, Luciano Zucco e Ruy Irigaray continuam com o presidente, mas não estavam no Alvorada. No discurso da vitória, também havia uma intérprete de Libras e alguns agentes da PF que fizeram a segurança do candidato.
Ao longo dos cerca de dez minutos de fala do então presidente eleito apareceram na tela aliados que se afastaram dele durante o governo, como os deputados federais Alexandre Frota e Julian Lemos e Gustavo Bebianno, morto em 2020, que era presidente do PSL e foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência por menos de dois meses.
Filho de Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro no Senado que virou desafeto do clã e apoiou Lula neste ano, o humorista André Marinho também foi visto atrás de Bolsonaro.
Dos 30 políticos que acompanharam o presidente no discurso da derrota, 22 são ministros do governo. Nenhum deles apareceu ao lado de Bolsonaro em 2018. O único ausente nesta terça foi Fábio Faria, que havia viajado para São Paulo para ver a família e disse ao Radar ter recebido a autorização do chefe.
Há quatro anos, nenhum dos filhos do então presidente eleito estava ao lado do pai. Nesta terça, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se posicionou atrás dele.
Também estavam no Alvorada os ex-ministros Gilson Machado, Rogério Marinho, João Roma e Walter Braga Netto (candidato a vice de Bolsonaro neste ano), o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Flávio Rocha e o ex-secretário de Aquicultura e Pesca e senador eleito por Santa Catarina, Jorge Seif.
E, é claro, Hélio Lopes.