PT exalta 100 dias de Lula, mas evita apoiar o arcabouço de Haddad
Partido se limita a dizer, em nota, que se prepara para debater o texto do ministro da Fazenda tão logo ele seja conhecido

O PT divulgou uma longa nota em que exalta de forma muito empenhada os 100 dias de governo. O texto define praticamente todos os setores da gestão como uma obra de salvação nacional. Só recua no tom de glorificação quando chega ao setor do ministro Fernando Haddad na Fazenda.
Quando fala do novo marco fiscal elaborado pela equipe econômica para substituir o teto de gastos, o partido limita-se a dizer que irá “debater” o projeto de Haddad “tão logo sejam completamente conhecidas” as regras propostas pelo ministro no texto. Haddad, como se sabe, prometeu finalmente apresentar o texto nesta semana ao Congresso.
“Saudamos o fim da nefasta Lei do Teto de Gastos e nos preparamos para debater, no interior do Partido, no Congresso e na sociedade, as propostas de novas regras fiscais e de reforma tributária, tão logo sejam completamente conhecidas”, diz o petismo.
O partido, na sequência, dá seu recado “reafirmando” que a “prioridade da política econômica é o desenvolvimento, a reindustrialização e o crescimento com geração de empregos e oportunidades”. Nenhuma palavra sobre controle de gastos.
Para não perder a viagem, claro, o petismo também bate em Roberto Campos Neto e na política – “suicida”, segundo o partido do presidente – de juros do Banco Central. “Apoiamos a firme posição do presidente Lula contra a política monetária suicida imposta pela diretoria do Banco Central que vem do governo anterior”, diz o petismo.
O partido é comandado por Gleisi Hoffmann, que já travou embates nos bastidores do governo com a Fazenda por causa da política fiscal.