Presidente do Sport discute violência no futebol com governo Lula e STJ
Yuri Romão defende mobilização nacional de clubes e poder público para enfrentar o problema da segurança em torno de jogos
Enquanto o departamento jurídico do Sport Club do Recife trabalha na expectativa de reverter a punição imposta pelo STJD pelo atentado feito por uma torcida organizada ao ônibus do Fortaleza, o presidente do rubro-negro pernambucano, Yuri Romão, reuniu-se esta semana com diversas autoridades em Brasília para discutir a questão da violência no futebol e o que pode ser feito para erradicar esse problema.
O dirigente teve encontros com o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo; o vice-presidente do STJ, Og Fernandes; o ministro do Esporte, André Fufuca; e o deputado Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo.
Na conversa com o ministro do Esporte, Yuri Romão teve a companhia do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que enviou recentemente um ofício à CBF questionando a decisão do STJD determinando que o Sport jogasse com portões fechados nos jogos com seu mando de campo e sem torcida visitante nas partidas fora de casa.
“Com o secretário Mario Sarrubbo, debatemos muito a questão da segurança pública, visto que as ocorrências vêm acontecendo longe do estádio de futebol. Os clubes não possuem o poder da polícia ou um departamento de inteligência para coibir as ações que vêm acontecendo. Não é papel dos clubes”, disse o presidente do Sport.
As reuniões com Og Fernandes e com André Fufuca ficaram em torno do Estatuto do Torcedor e da Lei Geral do Esporte.
“Discutimos se não é o caso de revisar as leis, modernizá-las. É preciso uma legislação específica para o momento atual, que é muito complicado. É preciso que haja punições severas. Essas pessoas não podem ser tratadas como torcedores. Falamos sobre a possibilidade de se criar uma frente com a participação dos presidentes dos clubes para discutir o que pode ser feito para aumentar a segurança do torcedor e das delegações nos estádios”, disse Romão.
O mandatário acredita que mudanças vão acontecer daqui para frente. “Tem que haver uma mobilização nacional para que as mudanças aconteçam. Há um clamor por parte do poder público de que é preciso endurecer essa luta. A escalada da violência fora dos estádios preocupa muito. É preciso mudar a segurança no futebol e, acima de tudo, punir quem comete os crimes”, afirmou.
Na próxima terça-feira, 12, o STJD vai julgar se concede ou não uma liminar ao Sport para que o clube volte a ter torcedores nos jogos do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste.