#PRESIDENTE DO IRÃ#Os bastidores do cancelamento da visita
Depois de um dia confuso, está cancelada a visita oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. O Brasil soube que a visita de Ahmadinejad poderia ser cancelada hoje de manhã, quando o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Teerã foi chamado ao ministério das Relações Exteriores – na verdade, o convocado foi o […]
Depois de um dia confuso, está cancelada a visita oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil.
O Brasil soube que a visita de Ahmadinejad poderia ser cancelada hoje de manhã, quando o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Teerã foi chamado ao ministério das Relações Exteriores – na verdade, o convocado foi o embaixador Antonio Salgado, mas ele já está no Brasil dede a semana passada preparando a visita agora cancelada.
Na chancelaria, o diplomata brasileiro ouviu basicamente duas reclamações. Em primeiro lugar, o governo iraniano considerou excessivamente tímida a defesa pelo governo Lula da visita de Ahmadinejad, criticado com vigor por diversos grupos por suas posições minimizando o Holocausto e contra a existência de Israel.
Em segundo lugar, os iranianos queixaram-se de que o Brasil estaria dando pouca importância à visita de Ahmadinejad. A prova disso seriam as mudanças no protocolo de recepção previstos para a quarta-feira. As cerimônias previstas seriam modestas para a envergadura da visita.
As queixas foram feitas, mas não se falou em cancelamento da visita. Só que a chancelaria iraniana vazou a informação que Ahmadinejad não mais viria. Assim, a confusão começou a ser formada.
No início da tarde, o embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, foi convocado pelo Itamaraty para uma reunião com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário-geral de Assuntos Políticos. Foi-lhe explicado, então, que o protocolo realmente fora simplificado, mas que o motivo era a restauração do Palácio do Planalto – Ahmadinejad seria o primeiro chefe de estado a visitar o Brasil após o início das obras.
A troca da guarda do chefe de estado, por exemplo, que era feita no Planalto, aconteceria na própria Base Aérea.
Foi dito, inclusive, que na semana que vem o protocolo para a chegada de Fernando Lugo, presidente do Paraguai, é exatamente a mesma da que estava prevista para quarta-feira.
Os iranianos, contudo, mantiveram a posição e a visita de quarta-feira está cancelada.