Por que uma estatal do governo Lula não consegue ‘sair’ da pandemia
Com amparo em decisão da Justiça do Trabalho, servidores do Dataprev continuam trabalhando em casa ao menos até janeiro
A 24ª Vara do Trabalho de São Paulo suspendeu por 90 dias a convocação dos funcionários da Dataprev para o regime híbrido ou presencial, acolhendo pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd-SP).
Com isso, o regime remoto fica mantido até que o mérito seja analisado em audiência marcada para o dia 29 de janeiro de 2024. O sindicato avalia a decisão como uma “vitória”, destacando que os trabalhadores da estatal poderão passar as festas de fim de ano nas cidades onde se estabeleceram com suas famílias durante a pandemia de covid-19 – ainda que as medidas de emergência sanitária já tenham virado passado para a maioria dos brasileiros.
Em setembro deste ano, a Dataprev começou a chamar todos os funcionários para o trabalho presencial, exigindo o retorno às unidades da empresa até 16 de outubro. Os empregados estão em teletrabalho desde 2020, vinculados às sedes físicas da estatal no Distrito Federal e nos Estados do Ceará, da Paraíba, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Santa Catarina e de São Paulo.
Na decisão, a juíza do Trabalho Fatima Aparecida do Amaral Henriques Martins Ferreira afirma que a Dataprev “induziu os trabalhadores a acreditarem que o regime de teletrabalho integral seria definitivo, uma vez que firmou acordo com a FENADADOS para exclusão da cláusula geográfica, permitindo a residência fora do Estado da federação de sua lotação, ocasião em que vários trabalhadores constituíram moradia em outros Estados com suas respectivas famílias”.