PGR pede ao STF a prisão preventiva de Carla Zambelli
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça

A PGR acaba de enviar ao STF o pedido de prisão preventiva da deputada Carla Zambelli.
O requerimento da procuradoria foi enviado ao Supremo depois de a bolsonarista anunciar que está morando fora do país, na Itália, de onde pretende denunciar a “ditadura” da qual se diz vítima de “perseguição judicial”.
Carla Zambelli tem cidadania italiana e foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Ela também está a caminho de ser condenada por porte ilegal de arma de fogo.
Mais cedo, o Radar mostrou que ministros do STF já aguardavam essa manifestação da procuradoria.
Depois de ter anunciado sua fuga do Brasil, a deputada trocou o nome de seus perfis em redes sociais para Rita Zambelli, sua mãe.
Em resposta a um usuário da plataforma X, antigo Twitter, Rita afirmou que na Itália, Carla é “intocável”.
A repercussão da fuga da bolsonarista provocou reações imediatas até entre aliados. Defensor da deputada, o advogado Daniel Bialski anunciou, nesta terça, que deixará de atuar na defesa de Carla.
O advogado informou que tomou a decisão por “motivos de foro íntimo”, e que já comunicou a deputada.
Antes de fugir do país, a deputada abriu uma campanha nas redes sociais para pedir dinheiro a apoiadores via transferências por Pix. A estratégia segue movimento já realizado por Jair Bolsonaro e que rendeu milhões de reais ao ex-presidente.
“Hoje venho aqui com o coração apertado, mas com coragem para enfrentar tudo de cabeça erguida. Fui condenada a pagar multas milionárias, mesmo sem ter cometido crime, por lutar pelas liberdades que acredito. Antes mesmo do fim do processo, a Justiça já pode exigir esse pagamento — e eu não tenho como arcar sozinha com isso. Por isso, lanço essa campanha de Pix”, disse Zambelli.
A deputada se afastou de Bolsonaro, desde que apareceu, em plena campanha eleitoral, ameaçando um homem com uma arma de fogo nas ruas de São Paulo. O episódio já foi citado pelo ex-presidente como um dos fatores que prejudicaram sua campanha, influenciando na derrota para Lula.
Zambelli disse, mais cedo, que deixou o país rumo à Europa para cuidar da saúde, mas que, diante do suposto cenário de “perseguição judicial” de que é vítima, decidiu se licenciar do mandato na Câmara e permanecer distante das leis brasileiras.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, disse Zambelli ao jornal.