PF tentou comprometer reputação de Bolsonaro, diz defesa do ex-presidente
Advogados dizem que nenhum item do ex-presidente foi apreendido e chamam operação de ‘inegável abuso e uso excessivo do poder estatal’

A defesa de Jair Bolsonaro afirmou em nota que as medidas de busca e apreensão da Polícia Federal contra seu filho Carlos Bolsonaro em uma casa da família do ex-presidente em Angra dos Reis (RJ) seriam uma “nítida tentativa” dos agentes que deflagraram a operação de comprometer sua “reputação ilibada”. Nenhum item do ex-mandatário foi levado, acrescentam os advogados.
“A medida empreendida hoje, em uma residência familiar, com a apreensão indiscriminadas de bens pessoais de terceiros, sem ordem judicial específica, configura inegável abuso e uso excessivo do poder estatal, postura que deve cessar imediatamente, sob pena de configurar verdadeiro atentado à democracia”, afirmam Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.
Para os advogados, a operação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, seria “mais uma desastrosa e indevida fishing expedition, ou pescaria probatória, subvertendo a lógica das garantias constitucionais, vasculhando-se a intimidade e a vida privada de cidadãos probos, vilipendiando seus direitos fundamentais e extrapolando os limites legais”.
O trio que compõe a defesa de Jair Bolsonaro também diz na nota entender ter havido um excesso no cumprimento da busca e apreensão, “ao passo que foram apreendidos objetos pessoais de cidadãos diversos do vereador Carlos Bolsonaro, apenas pelo fato de estarem no endereço em que a busca foi realizada”.