PF pediu busca contra empresários sem provas concretas de crimes
Operação teve objetivo de 'identificar se existe a orquestração de pessoas com o objetivo de apoiar ou patrocinar atos de ruptura', diz a polícia

A decisão do ministro Alexandre de Moraes cita trechos da representação da Polícia Federal, que pediu as buscas contra empresários bolsonaristas. No texto, os investigadores admitem não terem provas de crimes contra os alvos, afirmam que as buscas se destinam a verificar “se” existiria uma “orquestração” de atos golpistas por parte dos empresários.
A ação é motivada unicamente por mensagens reveladas pelo site Metrópoles. No texto, os investigadores manifestam o desejo de “obter informações aptas a fomentar a compreensão do fato em sua inteireza”.
“O objetivo da busca e apreensão é obter informações aptas a fomentar a compreensão do fato em sua inteireza. Essa elucidação só será possível com o avanço da apuração e com a realização de ações céleres, adequadas e proporcionais, direcionadas a busca e apreensão dos aparelhos celulares utilizados pelo corpo de pessoas integrantes do grupo ‘Empresários & Política’ para que seja possível identificar se existe a orquestração de pessoas com o objetivo de apoiar e/ou patrocinar atos de ruptura, compra de votos, interferência na lisura do pleito eleitoral e a arregimentação de pessoas aderentes a ruptura do Estado democrático de direito, bem como o responsável por tal autoria das mensagens propagadas”, diz a PF.
“Efetivamente, a medida está circunscrita às pessoas físicas em tese vinculadas aos fatos investigados e os locais da busca estão devidamente indicados, limitando-se aos endereços pertinentes. Nesse cenário, tenho por atendidos os pressupostos necessários ao afastamento da garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio, encontrando-se justificada a ação invasiva na procura de outras provas das condutas ora postas sob suspeita”, disse Moraes.