PGR avaliza operação da PF contra ex-ministro de Jair Bolsonaro
Gilson Machado é investigado por supostamente buscar obter um passaporte para Mauro Cid deixar o país; PF deve cumprir mandados contra ele

A Polícia Federal investiga o ex-ministro Gilson Machado, que comandou a pasta do Turismo na gestão de Jair Bolsonaro, por supostamente tentar atrapalhar a ação do plano de golpe de Estado que tramita no STF.
Segundo um parecer da PGR sobre o caso, o ex-ministro teria atuado para expedir no Consulado de Portugal, em Recife (PE), um passaporte português para o delator Mauro Cid.
A PGR cita “elemento sugestivos” de que o ex-ministro atuou para atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista, o que pode configurar obstrução de investigação, segundo a Procuradoria.
“A Polícia Federal apresenta elementos sugestivos de que o senhor Gilson Machado Guimarães Neto, que exerceu o cargo de Ministro de Estado do Turismo durante a gestão do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso”, diz a PGR.
A suposta “missão” de Machado para conseguir um passaporte a Cid se deu no dia 12 de maio deste ano, segundo a PF. O objetivo do aliado de Bolsonaro era “viabilizar a Cid a saída do território nacional”.
A investigação foi aberta diante da constatação de que Machado não conseguiu obter o documento no consulado português de Recife, mas poderia tentar obter o documento em outro posto diplomático.
“Os fatos indicam que Gilson Machado esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso, possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu Mauro Cesar Cid, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”, diz o parecer da PGR.
“A análise das informações reunidas pela Polícia Federal indica a necessidade de complementação das diligências investigavas, a fim de possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria das condutas apuradas, especialmente em razão da provável possibilidade de que o requerido esteja empregando esforços junto a outras embaixadas e consulados com o mesmo propósito ilícito”, segue a PGR.
“A manifestação é pela autorização de abertura de investigação e pelo deferimento das medidas cautelares de busca e apreensão, pessoal e domiciliar, cujos endereços deverão ser confirmados e fornecidos pela Autoridade Policial e afastamento dos sigilos dos dados telemáticos e telefônicos contra o investigado Gilson Machado, requisitando-se os dados referentes ao período de 1 º.1.2025 a 5.6.2025, que deverão ser transmitidos diretamente à Polícia Federal.