PF encontra documento com Torres que sugere plano golpista no governo
A defesa do ex-ministro da Justiça, tocada pelo advogado Rodrigo Roca, fez pouco caso do tal papelório

A Polícia Federal apreendeu na casa de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, um documento apócrifo que amplifica o inventário de loucuras atribuídas ao bolsonarismo golpista. É uma história, a princípio, sem pé nem cabeça.
Levando-se a sério o tal documento — a partir das poucas informações vazadas pelas autoridades –, é possível dizer que o ex-ministro da Justiça chegou a analisar um texto que poderia ser utilizado pelo então presidente para tentar alguma forma de intervenção no TSE de modo a anular a vitória de Lula nas eleições.
Com o STF e o Congresso em pleno funcionamento no país, a lógica recomenda tratar com mais cuidado um papel que sugere “estado de sítio no TSE”.
Aos fatos: aliados do círculo pessoal de Bolsonaro já confirmaram o desejo do ex-presidente de dar um golpe. Nos dias em que ficou em silêncio, após a derrota nas urnas, ele chegou a sondar militares de alta patente sobre tal plano golpista. Ouviu de um deles que a ordem deveria ser colocada no papel e assinada. Bolsonaro, segundo o aliado, desistiu nesse momento.
Recorrendo novamente aos fatos, é possível afirmar que Bolsonaro, derrotado por Lula, não assinou decreto algum de estado de sítio. Ao contrário, arrumou suas coisas, deixou o Alvorada e partiu para Miami.
A defesa de Anderson Torres, tocada pelo advogado Rodrigo Roca, fez pouco caso do tal papelório. De fato, como prova, não prova nada.