Pesquisa Quaest reforça pressão sobre comunicação do governo Lula
Convidados a citar "dois maiores acertos do governo" no atual mandato de Lula, 69% dos entrevistados não conseguiram responder a questão

A nova rodada da pesquisa Quaest sobre o trabalho de Lula mostra a popularidade do petista ainda colada em sua impopularidade, numa imagem que evidencia um gestor andando de lado em sua dura — e talvez impossível — missão de voltar a conquistar amplas fatias da opinião pública.
Nos últimos dias, o presidente escancarou sua insatisfação com a comunicação do governo, deixando fluir as notícias de que irá mesmo demitir Paulo Pimenta da Secom e buscar novas estratégias para a área. A pesquisa Quaest mostra dados preocupantes para o Planalto nesse campo. Convidados a citar “dois maiores acertos do governo” no atual mandato de Lula, 69% dos entrevistados não conseguiram responder a questão. Um dos pilares da atual gestão, o Bolsa Família só é citado por 5% dos entrevistados. Outros programas foram lembrados por ainda menos entrevistados.
Questionados sobre o pacote de corte de gastos de Fernando Haddad, 62% dos entrevistados só souberam do tema ao serem questionados pelo instituto. Os que já sabiam somaram 38%. Aposta do governo para ampliar a popularidade de Lula em 2026, a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5.000 reais era conhecida por 43% dos entrevistados, no momento da pesquisa, e desconhecida por 56% deles.
Áreas vitais para a popularidade de todo inquilino do Planalto, Saúde (1%) e Educação (2%) praticamente não impactam positivamente os entrevistados. Os dados mostram dois caminhos: ou o governo não está entregando o que deveria nessas áreas ou não está conseguindo mostrar ao eleitorado o que está sendo feito. O mesmo pode ser dito sobre outras políticas importantes do governo.
No geral, Lula é avaliado positivamente por 52% dos entrevistados e negativamente por 47%. Trata-se de um quadro parecido com o registrado em outubro, quando 51% avaliavam o petista de forma positiva e 45% desaprovavam sua atuação como presidente.
Ao analisar a situação de Lula em cada região do país, o levantamento mostra que o petista só é aprovado no Nordeste (67% contra 32%). Região mais populosa do país, o Sudeste segue oferecendo a Lula sua maior desaprovação (53% a 44%), seguido pelo Sul (52% a 46%) e o Centro-Oeste e Norte, com 50% a 48%.
Convidados a comparar o atual governo de Lula com seus dois primeiros mandatos, 41% dos entrevistados consideram essa a pior gestão do petista. Para 35%, o governo é melhor que os anteriores e 19% consideram igual aos mandatos passados.
Quando o levantamento separa os entrevistados por religião, Lula vai bem entre os católicos (56% de aprovação contra 42% de desaprovação), mas segue penando entre evangélicos (56% a 42%).
A Quaest ouviu 8.598 entrevistados, entre os dias 4 e 9 de dezembro, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 1 ponto e o nível de confiança do levantamento é de 95%.