Pesquisa identifica o que fez brasileiros boicotarem ou cancelarem marcas
Estratégia é escolhida majoritariamente pela parcela populacional de maior renda, e por grupos LGBTQIAPN+
Um levantamento do instituto Nexus, feito com 2.006 brasileiros a partir de 16 anos e de todas as regiões do país, apontou que, nos últimos dois anos, quase metade (47%) dos consumidores boicotou produtos de marcas que se envolveram em episódios de desrespeito ou discriminação, incluindo racismo, homofobia, preconceitos e desrespeito com seus funcionários. Esse número sobe para 59% quando a discriminação se soma ao tema de compliance ou posicionamento político das empresas.
“Pode ter sido uma declaração infeliz, um post equivocado nas redes sociais. Isso mostra o quanto a reputação de marcas e empresas precisa ser cuidada todos os dias, com planejamento e coerência. Caso contrário, o impacto no caixa da organização pode ser brutal”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
No total, a pesquisa questionou os entrevistados sobre terem ou não boicotado marcas devido a cada um dos 10 motivos listados. Em segundo lugar no ranking apareceram acusações de corrupção e fraude (42%), seguidas por impacto ambiental negativo (32%), ter executivos com visões políticas diferentes do consumidor (26%) e a empresa ser de outra nacionalidade que não a brasileira (21%).
O mapeamento também coletou dados sobre a renda dos “boicotadores”, demonstrando que a estratégia é mais comum entre o público de alta renda, com 82%. Outro grupo em que esse comportamento é mais recorrente são as pessoas que se autodeclararam LGBTQIAPN+: 71% já boicotaram uma marca por algum dos 10 motivos apresentados pelo Nexus.
Com o nome “Reputação das marcas: o que move o comportamento dos brasileiros”, a pesquisa foi produzida entre 23 e 30 de setembro deste ano, e vai ser apresentada por representantes da Nexus na Repcom, evento com participantes de toda a América Latina em que se discutirá sobre a reputação das empresas e suas nuances.