Os entraves de Lula dentro do PSB na disputa de 2022
Nomes do partido têm articulado compromisso à favor de nome de terceira via na corrida presidencial
Cacique do PSB em São Paulo, Márcio França começou a trabalhar no partido para afastar a sigla do campo de apoio ao ex-presidente Lula em 2022.
Aliados do ex-governador afirmam que, embora o pleito ainda esteja distante, a meta de França é dar corpo à ala do PSB que aposta na construção de um nome de terceira via à presidência — e a receita já estaria no forno: selar o posicionamento entre lideranças da ponte São Paulo-Pernambuco, estados-chave para a legenda.
De um lado, estaria o endosso ao possível sucessor do atual governador Paulo Câmara, o atual secretário de Desenvolvimento Geraldo Júlio, com apoio do prefeito João Campos. Do outro, a recém-filiada Tábata Amaral — e companheira de João — puxaria o coro para o tal nome da — ainda em gestação — terceira via.
O apoio do PSB é crucial não só na disputa nacional, mas para as candidaturas regionais do PT. Tanto é, que no último giro de Lula pelo Nordeste, o ex-presidente esteve com lideranças do partido em Pernambuco já de olho nas alianças entre as duas siglas na região.
Nas eleições de 2018, a legenda desembarcou da aliança com o PDT de Ciro Gomes e declarou neutralidade na corrida presidencial, mas costurou outras configurações nos estados.
O PT, por exemplo, retirou a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco em apoio à reeleição de Paulo Câmara. Já em Minas Gerais, o PSB rifou o então candidato da sigla ao governo em troca do apoio à reeleição do petista Fernando Pimentel — derrotado por Romeu Zema.