Um curioso caso da remoção de uma diplomata, chamada de volta ao Brasil
Servidora era lotada na embaixada em Honduras

Uma portaria do ministro Ernesto Araújo publicado no Diário Oficial desta semana removendo a diplomata Railssa Peluti Alencar de Tegucigalpa, capital de Honduras, de volta para Brasília, chamou a atenção.
As razões expostas na portaria citaram motivações diversas. E bem delicadas.
Dizia que a manutenção da servidora no exterior “seria incompatível com as atividades diplomáticas a serem desempenhadas, em especial no que diz respeito à representação do Estado brasileiro e à defesa dos interesses nacionais”.
É o que apontava o processo administrativo a que respondeu internamente.
Mais: dizia que é dever do dos servidores do quadro de pessoal do ministério manter “comportamento correto e decoroso na vida pública e privada, bem como solicitar, previamente, anuência da autoridade competente, na forma regulamentar, para manifestar-se publicamente sobre matéria relacionada com a formulação e execução da política exterior do Brasil”.
Mas, afinal, o que fez Railssa Peluti?
A diplomata tem por hábito usar um pseudônimo, com sobrenome “Arendt”, para escrever contos e poemas. E com essa identidade usou email para atacar e questionar uma possível indicação do consultor jurídico do ministério, George Galindo, para uma vaga na Comissão de Direito Internacional (CDI), vinculada às Nações Unidas.
Até o Ernesto recebeu essas mensagens.