O constrangedor telefonema que mudou o julgamento bilionário em Alagoas
Processo envolve a massa falida da Usina Laginha, do usineiro João Lyra

Um julgamento da bilionária massa falida do usineiro João Lyra, em Alagoas, há duas semanas, teve um fato constrangedor.
No meio da sessão remota, o celular da desembargadora que relatava o caso tocou. Como estava conectado ao computador, o aparelho transmitiu a todos os presentes o anúncio: era o advogado de uma das partes, também presente na audiência, chamando em pleno julgamento. A magistrada deixou o caso depois do episódio.
A disputa judicial em torno da Usina Laginha, de Lyra, envolve dívidas de 3 bilhões de reais. No entanto, a massa falida tinha cerca de 1,7 bilhão de reais (atualmente, esse valor corrigido é de 3,8 bilhões de reais) a receber de precatórios de uma ação com base na famosa Ação 4.870 — ressarcimento de danos patrimoniais em virtude dos preços praticados pelo extinto Instituto do Açúcar e do Álcool a partir da safra de 1983/1984.
Em maio de 2008, o proprietário da Usina Laginha cedeu ao Fundo de Investimento PCG Brasil o direito ao resgate de 600 milhões de reais do precatório (valores da época). Em troca, teria recebido de imediato 76,2 milhões de reais. Era para anular esse negócio que o julgamento do fatídico telefonema ocorreu.