O avanço assustador do desmatamento na Amazônia, segundo o Inpe
Desmatamento no mês de agosto chega a 1.661 quilômetros quadrados, sendo o segundo pior da série histórica

Dados do do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais divulgados nesta sexta mostram que agosto registrou 1.661 quilômetros quadrados de desmatamento em agosto, o segundo pior resultado da série histórica, perdendo apenas para a destruição da floresta registrada em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.
O Pará lidera o quadro de desmatamento, seguido do Mato Grosso e Amazonas. O registrado em agosto representa um aumento de 81% em relação ao ano anterior, e o acumulado de janeiro a agosto de 2022 foi o maior da série histórica, com 7.135 quilômetros quadrados de destruição.
Segundo Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, o que chama a atenção é a intensidade da destruição nos últimos meses quando comparado ao ano anterior: em agosto de 2022, o desmatamento cresceu e as queimadas dos primeiros sete dias ultrapassaram setembro do ano anterior.
“A destruição ambiental nos últimos anos ganhou velocidade e escala já que as porteiras foram escancaradas por um governo que abraça e incentiva o crime ambiental através de suas ações e omissões, não se sabe o dia de amanhã e é melhor garantir enquanto a porteira está aberta”, diz Mazzetti.
O desmonte das políticas e instituições socioambientais promovidos pela gestão Bolsonaro, a exemplo do sucateamento de órgãos ambientais, cortes e baixa execução de orçamentos, omissão quanto à invasões fortemente denunciadas em terras indígenas, levou à explosão do desmatamento e da violência no campo: em média, a taxa de desmatamento pré e pós Bolsonaro aumentou 52%.