O atrito entre Hugo Motta e a bancada do Psol na Câmara
Chefe da Câmara acionou Talíria para checar se deputado psolista o representaria por suposta prática de rachadinha em seu gabinete
Um disse me disse nos bastidores acarretou numa ligação do presidente da Câmara, Hugo Motta, para a líder do Psol na Casa, Talíria Petrone, para checar se seria representado por um deputado psolista por suposta prática de rachadinha em seu gabinete.
Tudo começou quando o deputado Chico Alencar questionou o presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet, se havia chegado algum processo de cassação contra Motta por causa do caso e se ele daria andamento a um eventual representação neste sentido. Não se tratava de nenhuma ameaça, mas sim uma provocação ao titular da principal cadeira da comissão responsável por analisar punições contra parlamentares.
Não bastasse as críticas a sua atuação à frente da Mesa Diretora e a fragilização de seus poderes no posto após o motim da oposição em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, Motta se viu nas últimas semanas no centro de denúncias, que indicavam que ele manteve em seu gabinete três servidores que não cumpriam expediente — uma fisioterapeuta, uma estudante e uma assistente social —, além do fato de que a chefe do gabinete do parlamentar tinha procurações de dez funcionários para operar suas respectivas contas bancárias. As denúncias se tornaram públicas após reportagens do Metrópoles e da Folha de S. Paulo.
Os temas tomaram os corredores do Congresso e acabaram sustentando a provocação de Alencar ao chefe do Conselho de Ética. Schiochet, por sua vez, teria alertado Motta sobre a situação.
De acordo com o regimento interno, um parlamentar não pode acionar o Conselho de Ética isoladamente. Poderia fazer a provocação à Mesa Diretora, que provavelmente jogaria o assunto na gaveta já que envolve um de seus membros.
Motta, então, decidiu procurar Talíria e questionar se a iniciativa realmente iria adiante. A líder do Psol explicou que apenas um partido poderia fazê-lo, ou seja, lembrou a ele que ninguém poderia tomar essa decisão de forma monocrática.
O chefe da Câmara pediu que a deputada do Rio solicitasse que Alencar o procurasse antes de tomar qualquer medida.
“Falei com ele e disse que o jogo sempre era de franqueza. Afirmei que esperava que ele fizesse uma nota pública explicando a situação e lembrei eu não poderia fazer nada sozinho, que uma representação dependeria de um respaldo do partido”, explicou o parlamentar do Psol ao Radar.
De acordo com Alencar, Motta sinalizou que uma nota estaria em preparo. A denúncia da suposta rachadinha foi publica em 15 de agosto pelo Metrópoles. Quase duas semanas depois, ainda não houve nenhum posicionamento público de Motta sobre o tema.
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