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Por Robson Bonin

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Brasil

O anúncio sobre dois desaparecidos políticos enterrados na Vala de Perus

Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos faz evento nesta quarta na Unifesp para anunciar identificação de duas vítimas da ditadura

Por Nicholas Shores SEGUIR SEGUINDO 16 abr 2025, 10h01

Ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participa da cerimônia de pedido de desculpas do governo quanto à negligência da União com os trabalhos de identificação dos remanescentes ósseos na Vala Clandestina de Perus, no cemitério Dom Bosco (Paulo Pinto/Agência Brasil)

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos vai realizar um evento nesta quarta-feira, às 11h, no Auditório da Reitoria da Unifesp, em São Paulo (SP), para anunciar oficialmente a identificação de dois desaparecidos políticos vítimas da ditadura enterrados na Vala Clandestina de Perus, na zona norte da capital paulista.

O Projeto Perus identificou, em 2025, os remanescentes ósseos de Grenaldo de Jesus da Silva e Denis Casemiro. O trabalho contou com uma equipe multidisciplinar e com novos recursos tecnológicos viabilizados pela parceria do Ministério de Direitos Humanos com o laboratório do International Commission on Missing Persons (ICMP) para a análise genética.

Grenaldo era um militar da Marinha brasileira, natural de São Luís (MA). Foi preso em 1964 e expulso da instituição enquanto reivindicava melhores condições de trabalho. Chegou a fugir da prisão e viver na clandestinidade, mas foi morto em 30 de maio de 1972 ao tentar capturar uma aeronave no aeroporto de Congonhas.

Documentos do IML registraram que Grenaldo teria sido sepultado em 1º de junho de 1972 no Cemitério Dom Bosco como “indigente”, e constava como desaparecido até ter seus remanescentes ósseos identificados pela equipe do Projeto Perus.

Nascido em Votuporanga (SP), Denis Casemiro foi pedreiro, trabalhador rural e integrante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Foi preso em abril de 1971, torturado e executado pela equipe do DOPS/SP coordenada pelo delegado Sérgio Fleury. À época, foram forjadas versões de tentativas de fuga que “resultaram em sua morte”.