Novo chefe da PRF cita Luther King e ‘véu da desconfiança’ ao tomar posse
Antônio Fernando de Oliveira tomou posse como diretor-geral da corporação nesta quarta ao lado de Flávio Dino

O novo diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, tomou posse nesta quarta-feira em Brasília e disse que “atos isolados” lançaram sobre a corporação “o véu da desconfiança” e macularam a sua “reputação lapidada ao longo de décadas”. Ele afirmou ainda que a PRF é um órgão de Estado e que não compactuará com “qualquer investida contra a democracia”.
Ao lado do ministro da Justiça, Flávio Dino, o novo comandante da PRF não citou nomes quando fez as críticas, mas referia-se à gestão anterior do bolsonarista Silvinei Vasques que é acusado de improbidade administrativa por usar o cargo em benefício da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência.
Oliveira chegou a citar o trecho de uma frase do reverendo Martin Luther King para explicar a urgência da vida brasileira em meio às crises políticas. “Nos últimos anos, atos isolados, alguns abomináveis, lançaram sobre a PRF o véu da desconfiança. A reputação lapidada ao longo de décadas, de repente, se viu atingida e maculada. Por isso, relembrando Luther King, a Polícia Rodoviária Federal se defronta ‘com a feroz urgência do agora’. Precisamos fazer o que fazemos de melhor, e resgatar nossa essência de polícia cidadã. Porque cidadania é só outro nome para a democracia”, disse ele.
Oliveira ingressou na PRF nos anos 1990 e teve passagens pela Bahia e Maranhão, onde atuou ainda como colaborador de Dino enquanto o agora ministro de Lula foi deputado federal e depois governador do Estado. O novo diretor-geral classificou como “deploráveis” os ataques em Brasília no dia 8 de janeiro e pediu justiça a todos e paz na vida política brasileira.
“Hoje, 8 de fevereiro, um mês após um dos episódios mais deploráveis do Estado brasileiro, resta evidente que a defesa dos ideais republicanos não pode ser meramente retórica. Deve ser praticada diariamente em cada ação, gesto, palavra. Os valores genuínos da PRF, como educação, civilidade, respeito ao próximo são imprescindíveis para a nação. A Polícia Rodoviária Federal, como órgão de Estado, não tem partido e não irá pactuar com qualquer investida contra a democracia. Que haja justiça para todos. Que haja paz para os brasileiros”.