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Nova troca na Petrobras é ‘movimento eleitoreiro e desesperado’, diz FUP

Coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros classificou mudança no comando da estatal como "mais um ataque de Bolsonaro"

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 Maio 2022, 09h41

A mais nova troca no comando da Petrobras, anunciada na noite desta segunda-feira, provocou reação da Federação Única dos Petroleiros na manhã desta terça. Para o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a escolha de Caio Mário Paes de Andrade para substituir José Mauro Ferreira Coelho, no posto há apenas 40 dias, tem caráter eleitoreiro e é um movimento “desesperado” de Jair Bolsonaro.

“Mais um ataque de Bolsonaro à maior empresa do País. Mais um movimento eleitoreiro e desesperado do presidente da República para tentar se descolar da escalada de reajustes dos combustíveis, como se ele não tivesse responsabilidade pela política de preço dos combustíveis, pela inflação galopante que penaliza o trabalhador brasileiro e o crescimento do Brasil”, afirmou o representante da federação.

Para Bacelar, Paes de Andrade é “mais um nome indicado em tempo recorde, para blindar Bolsonaro”. Hoje secretário do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, ele foi escolhido, segundo o coordenador-geral, “mesmo sob suspeita de não cumprir requisitos impostos pela Lei de Responsabilidade das Estatais para assumir o comando da Petrobras”.

“O fato é que Bolsonaro não muda ou abandona a política de preço de paridade de importação, o PPI, porque não quer. O PPI não é lei; é decisão do Executivo. A questão central é que o governo não quer briga com o mercado, com os acionistas privados, que, com o atual modelo, têm a garantia de dividendos espetaculares. O foco da gestão da Petrobrás, no atual governo, é geração de caixa, resultante da venda dos combustíveis a valores de PPI, altos lucros e dividendos para acionistas, numa política de transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos, um verdadeiro Robin Hood às avessas”, declarou.

Para finalizar, ele apontou que o trabalhador brasileiro está na ponta mais frágil dessa equação, há três anos sem reajuste real do salário-mínimo, “sendo vítima do processo de empobrecimento acelerado”.

“Enquanto isso, no governo Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e 10 de maio de 2022 – quando entrou em vigor mais um reajuste do diesel, de 8,8% – a gasolina, nas refinarias, subiu 155,8%, o diesel 165,6% e o GLP 119,1%, com impactos nefastos sobre a sociedade e os vários setores da economia”, concluiu.

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