‘Não vi nada que indicasse ruptura’, diz ex-chefe da AGU de Bolsonaro
Bianco revela que disse que ao ex-presidente que eleições de 2022 foram transparentes e sem problemas jurídicos

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco, afirmou que em nenhuma das reuniões que participou ouviu algo que indicasse uma ruptura com o Estado Democrático de Direito.
Ouvido como testemunha do ex-ministro Anderson Torres no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022, Bianco explicou que participou de uma reunião em que houve posicionamentos sobre quais posturas os auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro deveriam ter durante a eleição, mas destacou não ter visto nada que indicasse uma ruptura.
“Fui primeiro ministro a iniciar a transição com o meu sucessor. Orientei todos os ministros que me procuraram a fazer o mesmo”.
O ex-titular da AGU explicou ainda que, em um encontro com Torres, foi questionado sobre sua portaria de transição pelo colega de Esplanada, mas não deu mais detalhes sobre a indagação. Na sequência, Bianco disse que o ex-ministro da Justiça não acenou para qualquer iniciativa que representasse desrespeito ao resultado das urnas
No depoimento, ele ainda revelou ter sido questionado por Bolsonaro se havia algum problema jurídico nas eleições de 2022. Em resposta ao ex-presidente, teria respondido, de acordo com o que relatou, que não havia problema e que a eleição havia sido transparente. Bolsonaro, segundo Bianco, pelo menos na sua frente, teria se dado por satisfeito.