MPSP pressiona investigação do hacker de Araraquara por calúnia a promotor
Promotoria abriu inquérito contra Walter Delgatti Neto após hacker declarar que teria sofrido perseguição e extorsão de Marcel Zanin

Walter Delgatti Neto — o hacker de Araraquara que invadiu o celular do ex-juiz Sergio Moro e outras autoridades em 2019 — poderá ter que, em breve, enfrentar nova briga na Justiça.
O Ministério Público de São Paulo pressiona para que tenha andamento um inquérito policial aberto contra Delgatti em fevereiro do ano passado. A investigação pretendia apurar o crime de calúnia praticado pelo hacker contra um dos ‘hackeados’, o promotor de Justiça Marcel Zanin, também de Araraquara.
Em entrevista à CNN no final de 2020, Delgatti fez acusações a Zanin, entre elas, as de que teria sofrido perseguição e extorsão por parte do promotor e de um delegado para que não instaurassem inquéritos e denúncias fraudulentas contra si.
Ao tomar ciência da entrevista, o promotor protocolou representação por calúnia junto ao Ministério Público que, menos de um mês depois, remeteu os autos para a Polícia Civil de São Paulo, onde o inquérito policial foi aberto.
Acontece que, de lá para cá, “os autos estão paralisados”, diz o promotor Marcos G. Vieira na manifestação em que pede ao juiz responsável para que sejam feitas as diligências referentes ao caso.
Preso na Operação Spoofing da Polícia Federal, em 2019, Walter Delgatti Neto foi solto em 2020 e regressou a Araraquara. O hacker, no entanto, ainda não acertou as contas com a Justiça Federal — ele usa tornozeleira eletrônica e não pode deixar a cidade e nem usar a internet.