Ministro da Previdência fala a comissão do Senado sobre fraudes no INSS
É a primeira vez que Wolney Queiroz comparece ao Congresso desde que assumiu a pasta com a saída de Carlos Lupi na esteira do escândalo bilionário
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, comparece nesta quinta-feira à Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado para apresentar informações sobre o enfrentamento das fraudes bilionárias de descontos não autorizados sofridos por aposentados e pensionistas do INSS.
Filiado ao PDT, Wolney era secretário-executivo da pasta desde fevereiro de 2023 e assumiu o comando da Previdência depois que Carlos Lupi, presidente do seu partido, pediu demissão em meio ao desgaste com a demora para agir contra as suspeitas de irregularidades em descontos associativos, denunciadas a ele no início do atual governo Lula.
O senador Izalci Lucas (PL-DF) afirmou à TV Senado ter “muita curiosidade” para ouvir as explicações do atual ministro sobre as ações para enfrentar a crise do INSS.
“É quase que inexplicável. Eu fui o presidente da MP 871 (medida provisória que criava mecanismos de fiscalização de benefícios do INSS com indícios de irregularidade). Muitas emendas apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores, pelo PCdoB, pelo PSB, da esquerda, tentando de todas as formas dificultar a fiscalização, ampliando o prazo de recadastramento (de benefícios). Teve proposta de oito anos, seis anos. (E) isso foi flexibilizado. Por isso, esse roubo está aí”, disse Izalci.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que intermediou a escolha da data para o comparecimento de Wolney à CTFC, contesta as acusações contra a administração do presidente Lula.
“O que me parece estranho, que o pessoal está falando de farra… Quem é que botou um ponto final na farra? Foi o atual governo, quando mandou a CGU investigar, mandou a Polícia Federal investigar, tem gente presa, tem gente sendo investigada, tem gente sendo demitida: o presidente do INSS e o ex-ministro Lupi – que eu não estou dizendo que têm culpa. Estou dizendo que provocou isso”, disse o petista na reunião que aprovou o convite ao atual ministro da Previdência Social.