Mensagens revelam que Carla Zambelli mentiu em depoimento
‘Bolsonaro vai cair se o senhor sair’, disse a deputada a Moro, segundo novas mensagens reveladas nesta quinta
Carla Zambelli prestou depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira e negou que atuasse em nome de Jair Bolsonaro ao negociar com Sergio Moro sua permanência no Ministério da Justiça. Novas mensagens de WhatsApp reveladas pela GloboNews nesta quinta, trocadas entre a deputada e Moro, no entanto, mostram que ela mentiu ao dizer que não atuou em nome de Bolsonaro.
Nas mensagens, Carla usa expressões como “a pedido do Planalto” e o “PR (presidente da República) propôs o seguinte…” para tentar convencer Moro a ficar no governo e aceitar o nome de Alexandre Ramagem para a Polícia Federal.
“O PR propôs o seguinte: já que Valeixo pediu para sair, deixa o cargo vago por uns dias, vocês conversam com calma, se conhecem melhor, e decidem juntos um nome”, disse a deputada.
As mensagens também oferecem novos detalhes da história revelada pelo Radar sobre a incursão desesperada da deputada no ministério, minutos antes de Moro pedir demissão, para tentar convencê-lo a recuar. “Tô aqui no MJ, no seu andar, por favor, me dá cinco minutos, por favor, deixa eu falar com você, o Planalto que pediu”, diz a deputada.
No depoimento à PF, Carla admite ter atuado em nome do ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e do chefe da Secom, Fabio Wajngarten, para tentar evitar a saída de Moro.
Numa das mensagens, Zambelli deixa claro que falou com Bolsonaro sobre Valeixo e chega a dizer a Moro que Bolsonaro “não confia” no delegado. “Ontem ele me disse que vc era desarmamentista (sic). Acho que vcs tiveram algo recente. E ele não confia no Valeixo… (sic)”, escreve Zambelli, segundo a GloboNews.
No depoimento, Carla disse o seguinte sobre a mensagem acima: “Esclarece que o presidente Jair Bolsonaro não chegou a externar desconfiança om o ex-diretor-geral Maurício Valeixo”.
Na mesma troca de mensagens, Carla Zambelli disse a Moro: “Bolsonaro vai cair se o senhor sair do governo”.
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