Mauro Cid deveria fazer acareação com ele mesmo, diz advogado de Garnier
Demóstenes Torres afirma que, ‘se fosse em outro momento’, a delação premiada de Mauro Cid com a Polícia Federal já teria ‘caído’

O advogado Demóstenes Torres, responsável pela defesa do almirante Almir Garnier, afirmou nesta terça-feira que, “se fosse em outro momento”, a delação premiada de Mauro Cid, em acordo com a Polícia Federal homologado pelo STF já teria “caído”.
“Acredito que, no julgamento, essa delação não vai subsistir”, acrescentou Demóstenes. Ele ironizou a sequência de depoimentos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro: “Devia ter uma autoacareação entre o que ele disse. São doze ou treze depoimentos e doze ou treze versões.”
Desde o início da ação penal da trama golpista, VEJA publicou reportagens mostrando contradições entre o que Cid afirmava nos depoimentos e o que dizia sobre o processo em comunicações clandestinas, proibidas pelo acordo de colaboração.
No caso mais recente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, abriu inquérito para investigar o advogado Eduardo Kuntz, com quem o delator trocou mensagens por um perfil no Instagram em nome de sua esposa.
Em entrevista a jornalistas nesta terça depois de acareações com Cid, Demóstenes Torres ainda afirmou que, “na realidade, ficou bom até para o presidente Boslonaro, porque o Freire Gomes disse que ele em nenhum momento disse que daria golpe e que, quando alertado para o rumos que as coisas estavam tomando, ele concordou e desistiu”.