Marinha estima gasto milionário com brincos, echarpes e outros brindes
Em plena pandemia, órgãos do governo seguem torrando dinheiro em compras de itens nada essenciais

O Centro de Intendência da Marinha em Niterói, Rio de Janeiro, decidiu ir às compras nessa pandemia. Nada relacionado a respiradores ou outros equipamentos necessários para salvar vidas no front da guerra que já matou mais de 100.000 brasileiros.
A lista de gastos da Marinha, estimada em até 2,8 milhões de reais, prevê a aquisição de 938 pares de brincos ‘com formato de âncora’, ou seja, o símbolo da Marinha. Serão adquiridos ainda 428 echarpes de crepe e 745 porta-retratos. A lista de brindes inclui ainda canetas, porta-bolsas, ‘cristal prisma’, moedas, estatuetas fundidas em metal e lapiseiras.
ATUALIZAÇÃO, 20H10 — A Marinha enviou a seguinte nota ao Radar: “Com relação à matéria intitulada ‘Marinha estima gasto milionário com brincos, echarpes e outros brindes’, veiculada no site da Revista VEJA, a Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando em Chefe da Esquadra, esclarece que não houve aquisição dos itens mencionados na matéria.
A lista citada pelo jornalista se refere a Termo de Referência, sob o Sistema de Registro de Preços, que corresponde a um cadastro de produtos e fornecedores, a serem selecionados mediante processo de licitação, para eventual e futura contratação, não havendo qualquer obrigação dos órgãos públicos participantes de efetuar a aquisição dos bens ou serviços e, muito menos, de que tais aquisições atinjam o valor total mencionado na matéria.
O Centro de Intendência da Marinha em Niterói é uma Organização Militar (OM) recentemente criada, com o propósito de centralizar os processos de aquisição de materiais de uso comum para diversas OM, de modo a se otimizar tais processos e obter economicidade por meio de compras em escala. Assim, o Termo de Referência mencionado pela matéria concentra as necessidades de material de divulgação institucional de 41 órgãos da MB, sediados em Niterói – RJ, ao longo de 12 meses.
A Marinha do Brasil pauta suas ações nos princípios da transparência e da probidade administrativa, de modo a zelar pela aplicação responsável dos recursos públicos.”