Magnitsky a Moraes não livra Bolsonaro do encontro com a lei no STF
Dentro de poucas semanas o ex-presidente será julgado como líder da trama golpista e, se condenado, poderá pegar até 40 anos de prisão

Dentro de algumas semanas, a Primeira Turma do STF vai começar a julgar Jair Bolsonaro e outros réus por envolvimento no plano de golpe de Estado.
Apontado como líder da trama golpista, o ex-presidente pode ser condenado a mais de quarenta anos de prisão.
Se a maioria dos cinco ministros do colegiado acatar a acusação oferecida pela PGR, Bolsonaro e outros réus da investida radical irão para a cadeia, deixando de vez o debate público no país.
Seguirão, assim, o curso natural reservado a todo cidadão que, no livre exercício de seus direitos, decide incorrer em práticas criminosas, é flagrado pela lei, julgado e chamado a pagar por seus crimes.
Com Lei Magnitsky, sem Lei Magnitsky, essa é a realidade posta no STF. Moraes e os demais ministros da Corte, alvos de ameaças e de sanções com efeitos concretos em suas vidas pessoais, não renunciarão a seus deveres no Supremo.
“Ele nem tem bens e investimentos nos Estados Unidos”, diz um interlocutor de Moraes, sobre a ausência de impacto direto para o magistrado em solo americano.
Comemorada com muito barulho nas redes, como se fosse algo positivo ao país, a tentativa dos Estados Unidos de interferir na livre atuação do Judiciário brasileiro não resultará em benefícios aos réus da trama golpista.
Como disse o decano da Corte, Gilmar Mendes, ao Radar, na edição de VEJA que está nas bancas, Moraes tem total apoio no tribunal para conduzir o julgamento de Bolsonaro e seus parceiros na empreitada golpista.
“Se não fosse o Alexandre, o país teria se tornado um grande pântano institucional. Ele tem — e merece — o nosso integral apoio”, diz Mendes.