Lula relança mais um programa de governos petistas anteriores nesta semana
Política pública para compra de alimentos da agricultura familiar vai ser anunciada nesta quarta no Recife
Após retomar na segunda-feira o Programa Mais Médicos, do governo Dilma, Lula vai relançar o Programa de Aquisição de Alimentos. O PAA foi criado em 2003 no primeiro mandato do petista e fazia parte do Fome Zero.
O Minha Casa, Minha Vida (antigo “Casa Verde e Amarela”) e o Bolsa Família (“Auxílio Brasil”, no governo anterior) também foram retomados. Todos os programas foram turbinados, mas com menos recursos do que as primeiras gestões petistas.
Para a aposta em programas do passado não parecer ultrapassada, Lula chegou a pedir à comunicação do governo para usar a criatividade e criar um novo nome, na recriação do PAC. O Programa de Aceleração do Crescimento deve ser retomado em abril, mas com uma nomenclatura “criativa”.
“O PAC foi muito importante, o PAC produziu muita coisa, mas se a gente puder criar um novo programa, sabe, é importante. Mostra que a gente tá renovando, inovando, que a gente tem criatividade pra fazer outras coisas”, disse Lula ao ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, em uma reunião ministerial.
Na tarde desta quarta no Recife, o governo retoma o PAA, cujo a ideia é que o governo compre parte da produção de agricultores familiares para o abastecimento de escolas e programas sociais. O objetivo é garantir a renda de pequenos produtores rurais e distribuir alimento.
Chamado de Alimenta Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o programa passou por um corte drástico no orçamento. No auge do programa, em 2012, o repasse foi de mais de 386 milhões de reais à política pública. Em 2021, o valor foi um pouco superior a 10 milhões de reais.
Com a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário, lideranças da agricultura familiar acreditam na volta de recursos mais robustos destinados ao programa, mas nada próximo da verba de uma década atrás. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Aristides Santos, acha que o financiamento não será suficiente “para retomar a todo o vapor a compra da produção”.
“Minha impressão é que vamos ter problemas orçamentários. O governo não vai conseguir lançar com os recursos que a gente gostaria de ter”, disse o presidente da Contag. “Mas, a gente espera que dê uma boa recuperada no orçamento comparando com anos anteriores”, seguiu.
O governo vai aumentar o “valor individual que pode ser comercializado pelas agricultoras e agricultores familiares” e equiparar ao preço de mercado dos alimentos. A cerimônia para o relançamento do PAA inicia às 15h.