Lula institui dia de comemoração das raízes africanas no Brasil
Presidente sancionou lei que definiu 21 de março como a data comemorativa da herança religiosa e cultural da África no país

Lula sancionou nesta quinta a lei que instituiu o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado em 21 de março, mesmo dia em que a ONU celebra, desde 1966, o Dia Internacional contra a Discriminação Racial.
A data mundial foi criada pelas Nações Unidas depois de um massacre de pessoas negras durante o regime do Apartheid, nos anos 1960, na África do Sul.
No Brasil, o dia será reservado à celebração da herança africana no país, que é a nação fora da África com mais negros em sua população. A sanção presidencial foi publicada na edição desta sexta do Diário Oficial da União, depois de o projeto ter sido aprovado pelo Parlamento, no fim do ano passado.
Inicialmente, o projeto previa a comemoração no dia 30 de setembro, mas o relator da matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Paulo Paim (PT-RS), propôs a alteração para o dia 21 de março, o que foi acatado pelos parlamentares.
Durante a análise do projeto, Paim ressaltou que até os anos 1960 os praticantes do candomblé se concentravam na Bahia e em Pernambuco, mas a religião se expandiu na esteira dos movimentos migratórios de nordestinos para o Sudeste. A estimativa é a de que cerca de 3 milhões de brasileiros pratiquem religiões de matrizes africanas no país.
A sanção foi assinada por Lula e referendada pelas ministras Margareth Menezes (Cultura) e Anielle Franco (Igualdade Racial).