Lula diz que quer visitar a cela onde ficou preso na PF de Curitiba
De volta à cidade nesta quinta-feira, o presidente ficou 580 dias na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, de 2018 a 2019
O presidente Lula chegou na manhã desta quinta-feira a Curitiba e concede neste momento uma entrevista à Rádio T. Logo no início da conversa, ele foi questionado sobre o que sentiu ao retornar à capital paranaense, onde ficou preso 580 dias, de abril de 2018 a novembro de 2019, e respondeu que sente bem e tem muitos amigos na cidade, onde o PT tem uma história “muito forte” e que deu para o Brasil a presidente nacional do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann.
Na sequência, o petista comentou que hoje foi “um dia especial” porque ele foi recebido no aeroporto de Curitiba por uma senhora que era “secretária” do delegado da Polícia Federal quando ele ficou preso na carceragem da Superintendência da corporação na cidade e “dava um jeito” de fazer chegar na sua cela pedaços de bolos feitos por sua mãe. E fez um anúncio:
“Eu ia fazer uma visita na cela que eu fiquei preso, eu só não vou hoje porque a Janja não está comigo, ela queria ir comigo, e a Neudinha, que é uma das companheiras que organizava a vigília também não pôde vir. E eu vou querer visitar a cela onde eu estive preso, porque eu acho que eu não vou esquecer os 580 dias…”, comentou.
“Você não esquece nunca, as coisas boas e as coisas ruins que te fizeram. As coisas ruins você pode perdoar a pessoa, você pode não guardar mágoa, você pode revelar”, acrescentou Lula.
Ele então disse que o encontro com a funcionária, que segundo ele trabalhava em uma empresa terceirizada, foi “uma coisa muito emocionante”.
“Foi uma bênção de Deus eu encontrar uma companheira que foi solidária, gentil, educada comigo, quando nem todo mundo queria ser educado ou gentil comigo. Então isso demonstra que a gente não pode acreditar que tem ser humano 100% ruim ou 100% bom. Todo mundo tem seus defeitos e suas virtudes. Então uma mulher que trabalhava na Polícia Federal, de uma empresa terceirizada, que tinha coragem de cuidar com carinho de um cara que tava preso, que foi trazido para o Paraná como se fosse o maior bandido da história desse país, sabe? Então obviamente que eu fiquei emocionado”, concluiu o presidente.