Lula culpa Congresso por não conseguir ‘diminuir os privilégios de alguns’
Petista citou Rodrigo Pacheco, Arthur Lira, Davi Alcolumbre e Hugo Motta antes de afirmar que lobby venceu discussão do IOF

Em seu discurso no lançamento do Plano Safra 2025/2026 nesta terça-feira, o presidente Lula caracterizou o atual conflito do seu governo com o Congresso como uma disputa gerada pela suposta resistência dos parlamentares a “diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito para os outros”.
O petista citou nominalmente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), presidentes do Senado e da Câmara quando ele tomou posse, e os atuais chefes das Casas, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). “Disse (a eles que) este país será o que a gente quiser que ele seja. É só a gente determinar o tamanho que a gente quer que o país seja”, afirmou.
Ao continuar o raciocínio, Lula traçou ligações de causa e efeito no contexto da crise com a derrubada de seus decretos que aumentavam o IOF que prometem conflagrar ainda mais o ambiente político em Brasília: “Para isso, é preciso diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito para os outros. De repente, você vê o lobby. Não virou uma pessoa que é lobista. Virou uma indústria de lobby.”
O presidente voltou a partir para cima das casas de apostas online. “A gente queria taxar essas bets, essas fintechs, sei lá, essa coisa que você não consegue mais ver TV que é tanta propaganda de aposta”, disse. “A gente queria aumentar (a tributação do lucro das bets) de 12% para 18%. Só 6% para pessoas que estão ganhando milhões sem fazer nada. E essas pessoas se rebelam: ‘Não, isso é aumento de imposto.’”
“Não é aumento de imposto. Se vocês forem sinceros com a consciência de vocês, vocês vão perceber que a carga tributária desse governo hoje percentualmente é menor do que era em 2011. Porque o que a gente está fazendo a opção não é tentar aumentar imposto. É tentar fazer uma tributação mais justa, mais correta”, declarou Lula.