Justiça manda Wyllys apagar tuítes contra Do Val e empresário bolsonarista
Decisão do Tribunal de São Paulo diz que ex-deputado afetou a imagem e a honra de Otávio Fakhoury
Uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a remoção de publicações no Twitter do ex-deputado Jean Wyllys sobre o empresário bolsonarista e presidente do PTB paulista, Otávio Fakhoury. Os tuítes, de setembro de 2021, também citam o senador Marcos do Val e ocorreram após um bate-boca com Fabiano Contarato, na CPI da Pandemia.
Na ocasião, Contarato expôs um ataque homofóbico que sofreu em publicação de Fakhoury. O empresário disse que fez um “comentário infeliz” e que foi “em tom de brincadeira”. Um fato inusitado do episódio foi que o Marcos Do Val saiu em defesa do senador petista, mas também foi alvo nas redes sociais de Jean Wyllys, que deve assumir um cargo na Secom de Lula.
“O que me espantou mesmo foi a ‘solidariedade’ do senador bolsonarista Marcos do Val a Contarato. Do Val disse ter ‘vergonha de Fakhoury’. Estranho, já que Marcos do Val estava ao lado de Fakhoury na disseminação da fake news que me envolvia no episódio do atentado a Bolsonaro”, escreveu Wyllys, nas redes sociais.
“O senador Marcos do Val e o empresário Otávio Fakhoury são ambos peças da engrenagem bolsonarista de fabricação e disseminação de mentiras, fake news e outras fraudes em favor do governo”, seguiu o futuro assessor do Planalto, que ainda chamou o empresário de “mentiroso sórdido”.
A decisão assinada pelo juiz Valentino Aparecido de Andrade, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determina a exclusão imediata do conteúdo publicado por Wyllys.
“Não se pode excluir o fato de que o conteúdo das publicações feitas pelo agravado pode causar momentosos efeitos contra a imagem, a honra e a dignidade do agravante, e está aí configurada a situação de risco concreto e atual”, argumentou o magistrado.
As brigas judiciais entre Jean Wyllys e Otávio Fakhoury são recorrentes nos últimos dois anos. Wyllys processou Fakhoury — e Do Val — por terem o associado à facada sofrida por Jair Bolsonaro. Em outro processo, o ex-deputado teve de pagar 5.000 reais a Fakhoury e publicar no Twitter que não deveria tê-lo chamado de “criminoso”.