Juiz da Lava-Jato notifica PF a investigar grampo contra Youssef
O Radar revela nesta semana, em VEJA, que a defesa do doleiro encontrou provas de que ele foi monitorado por um grampo enquanto estava preso

Juiz da Lava-Jato em Curitiba, Eduardo Appio notificou na Superintendência da Polícia Federal nesta segunda sobre as revelações feitas pelo Radar, na edição de VEJA que está nas bancas, envolvendo as provas de monitoramento ilegal contra Alberto Youssef e outros presos pela operação em 2014.
Depois de quase dez anos da deflagração da Lava-Jato, os advogados de Youssef finalmente conseguiram provas de que o doleiro e outros investigados tiveram conversas registradas por uma escuta na cela da carceragem da PF. A partir das evidências colhidas por uma sindicância da PF mantida em sigilo, os defensores do doleiro vão pedir a derrubada das condenações e a anulação do seu acordo de delação premiada, o mais importante da Lava-Jato.
“Os elementos encontrados na referida sindicância administrativa da Corregedoria da PF (e encaminhados a este Juízo que autorizou a prisão em 2014) permitem afirmar que existem indícios concretos e documentados acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem”, diz Appio.
O magistrado encaminhou os achados à superintendência da PF para que o órgão decida se investigará os fatos e os envolvidos no caso.
“Ante tais fatos — e sendo dever de toda e qualquer autoridade pública encaminhar notícia de fato supostamente criminoso à autoridade policial –, determino que a secretaria desta vara comunique, com urgência e por meio eletrônico, a Superintendência da Polícia Federal do Paraná para que, querendo, instaure o competente inquérito policial para a rigorosa e necessária apuração dos fatos denunciados por Alberto Youssef”, diz Appio.