Inimigo do bolsonarismo, Rodrigo Maia desiste da reeleição
Ex-presidente da Câmara foi ponto de resistência democrática contra o discurso golpista de Jair Bolsonaro e seus seguidores na primeira metade do governo
Responsável por enfrentar o discurso golpista do Planalto contra o Legislativo e o STF na primeira metade do governo de Jair Bolsonaro, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia disse a Pedro Venceslau que não tentará se reeleger deputado.
“Eu fui tudo na Câmara dos Deputados e quero agora uma experiência fora do Legislativo. Tive a experiência com Doria e agora com o Rodrigo (Garcia), que é de fato o meu grande amigo, e vejo a possibilidade de ajudar no governo dele esse ano. E com a provável reeleição nos próximos quatro anos também. Ser deputado a carreira inteira não é ruim, mas quem chegou à presidência da Câmara já ocupou quase todas as posições na Casa. O político tem que estar sempre aprendendo. Talvez esse seja um dos problemas da política brasileira: as pessoas acabam se acomodando no papel de parlamentar. Quero cumprir um ciclo no executivo e me reciclar. Quero aprender mais sobre gestão e orçamento público para que no futuro eu possa ter outros desafios na política ou até no setor privado”, diz Maia.
O ex-presidente da Câmara vai assumir a presidência da federação formada por PSDB e Cidadania no Rio de Janeiro. Ele segue como coordenador do plano de governo de João Doria. Para Maia, o plano principal da campanha tucana deve ser atacar Bolsonaro.
“(O plano de campanha de Doria) Não deve ser atacar o presidente Lula. Eu disse isso ao governador João Doria. Temos que dizer aos eleitores que se decepcionaram com Bolsonaro que temos uma alternativa que não seja a volta ao passado e o PT. A esquerda acha que se reduz desigualdade intervindo no Estado. Nós acreditamos que vamos redistribuir renda estimulando o setor privado”, diz Maia.