Haddad aguardará poeira do IOF baixar para buscar cúpula do Congresso
Há a avaliação de que calendário joga a favor de ministro, que permanecerá em compasso de espera até que crise seja superada

Diante da crise instalada com o Legislativo em função do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi orientado a esperar a poeira baixar para procurar a cúpula do Congresso.
Apesar do recuo sobre um trecho da proposta, o chefe da equipe econômica foi alvo de críticas diretas e indiretas de congressistas. Até mesmo dentro do governo, houve quem dissesse que Haddad se precipitou com o anúncio do texto.
Segundo apurou o Radar, a tendência é que Haddad permaneça em compasso de espera e só faça acenos ao comando do Parlamento quando tiver certeza de que a crise causada pelo IOF não está mais viva.
Nos bastidores, há a avaliação de que o calendário joga a seu favor, já que a próxima semana deve ter sessões esvaziadas em função do 11º Fórum Parlamentar do Brics, que ocorrerá entre 3 e 5 de junho, na sede do Congresso Nacional.
Por isso, a eventual análise de um projeto de decreto legislativo para derrubar a medida de Haddad ficaria para a semana posterior, quando o ambiente político já estiver um pouco mais sob controle, o que diminuiria a chance de avanço do dispositivo.
Além disso, contribui para o sentimento de que o PDL será sepultado antes mesmo de ser apreciado o fato de parlamentares estarem preocupados com uma projeção de técnicos da Junta de Execução Orçamentária de que a possível derrubada poderia obrigar o governo a ampliar o congelamento de despesas discricionárias, impactando cerca de R$ 12 bilhões em emendas parlamentares.
A eventual votação do PDL representaria um novo capítulo nos embates entre a Fazenda e o Legislativo.