Gestão profissional de estatais vira ‘valor pétreo’ do PP, ‘dono’ da Caixa
Arthur Lira tem acordo com o governo Lula para escolher nomes para o comando e todas as vice-presidências do banco público

As bancadas do Progressistas na Câmara e no Senado aprovaram, na noite de terça-feira, uma “agenda central” do partido, com onze “valores pétreos” classificados como “princípios inegociáveis”. Uma dessas “cláusulas” é a gestão profissional das estatais.
“Enxergamos um futuro onde as empresas estatais são regidas por mérito e competência, alinhadas a uma gestão transparente e voltada para resultados. Esta abordagem elimina o espaço para práticas corruptas, indicações políticas e desperdício do dinheiro público”, diz o documento.
Acontece que Arthur Lira já declara publicamente que, no acordo para o embarque do PP no governo Lula, ele terá a prerrogativa de indicar nomes para o comando e todas as doze vice-presidências da Caixa Econômica Federal.
“Vão ter, claro, indicações políticas (para a cúpula do banco público) que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente”, afirmou o presidente da Câmara à Folha de S.Paulo.
Outros compromissos aprovados pelo PP são a rejeição ao aumento de impostos, a valorização da família e da vida “desde sua concepção” e o combate à descriminalização das drogas – dois pontos que sinalizam, indiretamente, a oposição do partido ao rumo de julgamentos em curso no STF sobre esses temas.