Freixo sofre derrotas contra Castro no TRE do RJ e terá que remover posts
Desembargadora decidiu que o candidato do PSB proferiu "ilações e especulações" ao dizer que a campanha do governador é bancada com recursos do Ceperj
O TRE do Rio de Janeiro determinou neste domingo a remoção de dois vídeos publicados por Marcelo Freixo no Instagram contra o governador Cláudio Castro, que apresentou apresentou as duas representações contra o adversário na disputa pelo Governo do Estado.
A desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, que relatou as duas ações, disse entender que Freixo “ultrapassou os limites considerados razoáveis para enunciação de críticas, invadindo a esfera dos direitos individuais do cidadão Cláudio Castro, seu adversário político”.
A magistrada deu um prazo de até 24 horas para que a rede social remova o conteúdo. Os endereços apontados nas representações já estavam indisponíveis na noite deste domingo. Procurada pelo Radar, a assessoria de Freixo não se manifestou até o momento.
Em um dos vídeos, Freixo diz a quem estiver assistindo que “essa quantidade enorme de gente segurando bandeira do Cláudio Castro”, que classifica como “propaganda ostensiva, violenta, de tanto dinheiro gasto numa campanha eleitoral, nunca se viu” é custeada com “dinheiro de fantasma”.
“Esse dinheiro é do CEPERJ. Você, quando olhar essa propaganda do Cláudio Castro na rua, pensa assim: esse dinheiro, dessa campanha do governador, era o dinheiro que tinha que tá garantindo creche pro meu filho; era o dinheiro que tinha que tá garantindo escola integral pro meu filho; era o dinheiro que tinha que ta contratando médico pra não ficar quatro anos na fila do SISREG. Então, esse dinheiro dessa propaganda toda do Cláudio, é pra pagar cabo eleitoral com fantasma. É a maior história, é o maior escândalo da história política do Rio de Janeiro. A história da CEPERJ, dos fantasmas do Cláudio Castro”, relata Freixo, em referência ao escândalo do pagamento de funcionários fantasmas do Centro Estadual de Estatísticas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro.
Márcia Alvarenga decidiu que Freixo proferiu “ilações e especulações em torno dos recursos utilizados na campanha eleitoral” e disse que as conclusões “não passariam, prontamente, pelo crivo da verdade, porquanto afirma e reafirma a origem espúria das verbas de campanha, dirigindo tais inferências ao eleitor como se, efetivamente, fossem a mais pura e inequívoca demonstração da verdade dos fatos”.
Na outra gravação, o deputado federal do PSB diz estar “enfrentando uma máfia no Rio”, “o maior exemplo de modelo de crime eleitoral”, voltando a se referir à propaganda do governador e ao suposto uso dos recursos do Ceperj na propaganda do adversário. A desembargadora, que concedeu as decisões em menos de duas horas, utilizou argumentos semelhantes à outra.