Em livro, delegados da PF mostram como a corrupção engoliu o estado
Em 'Crime.gov', Márcio Anselmo e Jorge Pontes descrevem a luta da Lava-Jato para extirpar a imoralidade do centro do poder

Iniciada em março de 2014, a Operação Lava-Jato revelou ao longo de 60 fases como a corrupção se infiltrou nos mais importantes centros de poder do país e, tal qual um parasita, passou sugar recursos vitais em benefício próprio.
Delegados da Polícia Federal que acompanharam os bastidores das investigações (e não apenas da Lava-Jato) Márcio Anselmo e Jorge Pontes contam no livro “Crime.gov: quando corrupção e governo se misturam“, da editora Objetiva, o caminho que o estado brasileiro percorreu até atingir este estágio de putrefação, e quais são as medidas profiláticas necessárias para que a anarquia com o dinheiro público nunca mais se repita.
Em 264 páginas, a obra tem prefácio escrito pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso e traz complementos importantes ao noticiário diário da Lava-Jato.
Entre eles, manobras nascidas no Palácio do Planalto para sufocar a Polícia Federal, o uso da Casa Civil, um dos mais importantes cargos do Poder Executivo, como centro nervoso da roubalheira, e decisões de instâncias superiores da Justiça para garantir a impunidade de sempre.
Também faz questionamentos que passam ao largo do debate nacional sobre o crime organizado. Sobretudo no excessivo uso da PF para combater traficantes de drogas de menor importância, enquanto bilhões escoam pelos gabinetes refrigerados de Brasília.
Uma leitura necessária para discutir o Brasil pós-Lava-Jato.