Desmentido por general, ex-chefe da Aeronáutica depõe no STF sobre golpe
Ex-comandante foi listado como testemunha de defesa e de acusação no caso que pode condenar Jair Bolsonaro e aliados à prisão

Na segunda, o ex-comandante do Exército Freire Gomes provocou reações do ministro Alexandre de Moraes, no STF, ao parecer abrandar o relato feito aos investigadores da Polícia Federal sobre o plano bolsonarista de golpe de Estado.
Além de minimizar a famosa reunião para discussão sobre uma minuta de decreto de Estado de Sítio, o general negou que tivesse ameaçado prender Jair Bolsonaro, caso o plano golpista fosse levado adiante. O relato sobre a dura advertência ao então presidente da República foi feito aos investigadores da PF pelo ex-comandante da Aeronáutica Baptista Junior.
“Em uma das reuniões dos comandantes das forças com o então presidente, após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO, Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso ele tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, relatou Baptista Junior aos investigadores da PF, em versão negada por Freire Gomes nesta semana.
“Alguns veículos relataram que eu teria dado voz de prisão ao ex-presidente, mas isso não aconteceu”, disse Freire Gomes.
Nesta quarta, será a vez de o tenente-brigadeiro ter sua versão colocada sob escrutínio no STF. Ele vai depor na Primeira Turma da Corte como testemunha e deve ser questionado sobre a guerra de versões sobre o caso.