Deputados do Rio tentam barrar projeto de Tarcísio para o Santos Dumont
Proposta do governo de Jair Bolsonaro amplia o número de voos do aeroporto; contrários à mudança dizem que ela é prejudicial ao Galeão
Deputados da Assembleia Legislativa do Rio farão uma manobra para tentar dificultar os planos do governo de Jair Bolsonaro de conceder o aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade, à iniciativa privada. O terminal será ofertado no ano que vem, na última rodada de privatizações de aeroportos tocada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
O edital lançado pelo governo federal prevê a ampliação no número de voos do aeroporto, que fica em uma região central da capital. Inicialmente projetado para ser um aeroporto doméstico, o terminal recebeu no ano passado mais passageiros que o Galeão, o aeroporto internacional que é maior e que fica na Ilha do Governador, a cerca de 18 quilômetros do centro.
Vários políticos entraram na briga com o governo federal com o argumento de que a ampliação do terminal central levaria à falência o mais afastado. Até o prefeito do Rio, Eduardo Paes, desferiu golpes em direção à Brasília. Disse que o projeto de ampliação do Santos Dumont teria uma motivação eleitoral, já que Tarcísio tentará se eleger governador de São Paulo no ano que vem com a benção de Jair.
André Ceciliano, o petista que preside a Assembleia do Rio, decidiu mostrar que tem força política para influenciar nos temas no estado ao mesmo tempo em que vê a oportunidade de fustigar o governo do principal rival de Lula no ano que vem.
Ceciliano pautou para esta quinta-feira no plenário da Assembleia um projeto de lei que suspende os efeitos de uma licença ambiental provisória concedida em junho deste ano pelas autoridades estaduais do Rio que permitia obras de adequação do Santos Dumont à futura concessão. As intervenções incluiriam a ampliação da icônica– e pequena– pista de pouso às margens da Baía de Guanabara.
Se o projeto passar, em tese, as obras não poderiam ocorrer. O constrangimento para o governador Cláudio Castro (PL), que é aliado de Bolsonaro, pode ser grande.