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Deputado aciona PGR contra suposto superfaturamento nas Forças Armadas

Exército, Marinha e Aeronáutica teriam comprado 714 mil quilos de picanha e 80 mil unidades de cerveja acima do preço de mercado

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 fev 2021, 12h46 - Publicado em 9 fev 2021, 12h45

O gabinete do deputado Elias Vaz (PSB-GO) acredita ter encontrado indícios de superfaturamento na compra feita pelas Forças Armadas de 714 mil quilos de picanha e de 80 mil unidades de cerveja.

Valores superiores até 67% do preço de mercado, em alguns casos.

Vaz irá protocolar na tarde desta terça um pedido para que a Procuradoria-Geral da República investigue o caso.

Com base em dados oficiais, obtidos no Painel de Preços do Ministério da Economia, o deputado constatou que pregões do Exército e da Marinha totalizam 80.016 latas e garrafas de cerveja, de marcas comerciais variadas.

O caso que mais chama a atenção é o da latinha da Bohemia Puro Malte. O valor unitário que consta no processo, já homologado, é R,33 e o preço para o consumidor comum, em uma busca rápida por supermercados, é R,59, diferença de 67%.

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Já a garrafa de Bohemia de 600 ml é orçada em R$7,29 enquanto é possível encontrar no varejo o valor de R$5,79, sobrepreço de 25,9%. Outro exemplo é a lata de Skol Puro Malte, com valor no processo de R$4 e no varejo a R$2,49, indicando superfaturamento de 48,6%.

Foi identificado também, segundo levantamento do deputado, compra de 714,7 mil quilos de picanha pelos comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. E também para para a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e para o Departamento de Administração Interna do Ministério da Defesa.

Chamou a atenção  o preço de 84,14 reais por 1 quilo de picanha, num processo de aquisição de 13.670 quilos. Esse foi o pregão 37 de 2019, concluído em 2020. No mercado, o preço médio do quilo da picanha é de 55 reais.

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Do total de picanha adquirida, 570 quilos foram para o Exército. Foi identificado também preço acima do mercado na aquisição de carvão vegetal.

“Em plena pandemia, o governo federal destinou milhões para a compra de itens totalmente desnecessários e com preços abusivos. É claro que há ilegalidade”, afirma Elias Vaz.

“O levantamento não deixa dúvidas. Não há a menor lógica de um consumidor comum pagar menos por um produto no varejo que o governo. Em uma compra de grande volume, sempre há descontos e preços mais baixos”, completou o deputado.

Outros 8 deputados do PSB assinam a representação enviada à PGR junto com Vaz.

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