Deputada cita ‘não’ de Ancelotti em pedido para STF afastar Ednaldo da CBF
Daniela Carneiro contesta assinatura de ex-vice-presidente com ‘déficit cognitivo’ atestado por médico da CBF em acordo que manteve Ednaldo no poder

A deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, pediu ao ministro Gilmar Mendes, do STF, a impugnação do acordo que validou o processo que elegeu Ednaldo Rodrigues para a presidência da CBF em março de 2022 e seu afastamento imediato do cargo. O processo está na pauta do plenário na sessão de julgamento marcada para 28 de maio.
Na petição, a parlamentar afirma que a revelação de um laudo assinado pelo chefe do departamento médico da CBF atestando que o ex-vice-presidente da entidade Coronel Nunes sofria “déficit cognitivo” quase dois anos antes de assinar o acordo mediado pelo Supremo é “evidência suficiente” de “simulação” do aval do dirigente.
Além disso, para justificar a urgência do pedido de afastamento de Ednaldo, a deputada argumenta que sua permanência na chefia da CBF está “afastando profissionais de renome da entidade”, referindo-se à recusa do treinador italiano Carlo Ancelotti a assumir o comando técnico da Seleção Brasileira.
De todo modo, a principal linha de argumentação de Daniela Carneiro é, mesmo, o noticiário em torno da “limitação cognitiva” do Coronel Nunes.
“Estamos diante de duas hipóteses, a depender do estágio da enfermidade cognitiva: (1) o Sr. Antônio Nunes de Lima assinou o referido acordo desprovido da sua plena capacidade de compreensão e de discernimento dos termos pactuados ou; (2) o Sr. Antônio Nunes de Lima sequer assinou o referido documento, sendo a assinatura simulada por terceiro sem o consentimento do signatário”, escreve.
“Todas as recentes denúncias relacionadas ao atual Presidente da CBF denotam que, além de princípios democráticos basilares estarem sendo ignorados no âmbito da entidade — com a clara finalidade de permitir um exercício de poder por tempo indeterminado pelo Sr. Ednaldo Rodrigues (e, consequentemente, capaz de trazer uma irreversibilidade de eventual manutenção de tal pessoa no poder da entidade) —, a entidade que organiza o esporte brasileiro mais popular não mais detém qualquer confiança da sociedade”, acrescenta.